Sou um profundo admirador de Augusto Nunes, assim como era de Reinaldo Azevedo.
Este último hoje, goza de meu mais completo desprezo.
Augusto Nunes, pelo menos até aqui, tem mantido sua habitual coerência e educação em textos que considero acima da média.
Ontem Augusto Nunes publicou em seu blog um texto com o título:
"
Quem quer intervenção militar busca o futuro no passado" onde tece críticas educadas, como de seu costumeiro feitio, aos que pedem intervenção militar. Seu texto completo estará no final deste post.
Tentei comentar no blog do Augusto usando meu face para login. Está dando erro. Daí, decidi postar aqui no meu "lixo" uma resposta para Augusto Nunes, já que ele disse que "... examinarei com atenção e prazer argumentos capazes de desfazer interrogações relevantes."
Sigamos.
Augusto inicia seu texto usando a Venezuela como exemplo. Já aí, minha primeira discordância.
A Venezuela, mesmo a de Chaves, não serve em nada de exemplo. Nem mesmo o fato de ter sido ele um militar. Chega a ser desprezível usá-la como exemplo de alguma coisa.
Augusto critica os apoiadores da intervenção por uma suposta tentativa de se revirar o passado. Ora, a história de uma nação está centrada no seu passado, seja ele de glórias ou não.
Revive-se passado sempre que ele se mostra no presente e, de certa forma, é o que estamos assistindo agora.
Tenho 64 anos. Como já disse aqui, vivi parte importante na minha infância, toda a minha juventude e parte da minha fase adulta durante o Regime Militar. Estou entre os muitos que não classificam aquele período como ditadura, mas como Regime Militar.
E quer saber, Augusto?
Estou sim com saudades daquele passado diante de tudo o que estamos assistindo.
Ver nossa Suprema Corte se ajoelhando para bandidos. Ver um ministro da Suprema Corte afrontando a propria justiça para defender seus amiguinhos, agora transformados em bandidos. Enquanto os bandidos até então existentes eram da quadrilha inimiga, o magistrado tomava decisões corajosas. Proferia sentenças irrepreensíveis.
Bastou que seus amigos fosse pegos com a mão na grana da viúva ara que o magistrado superior passasse a envergonhar os cidadãos de bem desta nação e cagasse na cara da justiça que ele, como magistrado superior, representa.
Temos, mais uma vez, instalado na presidência do país um sujeito com sérias e comprovadas acusações que está usando de todos os meio contrários à democracia, não para se manter no poder, mas para escapar da cadeia ou, em outras palavras, para não cair nas mãos de um Moro, um Valisney ou um Bretas.
Mas isso basta para desejar a volta do militarismo?
Óbvio que não, mas é fator componente de outros, muito mais importantes. A saber:
1) Há no parlamento brasileiro cerca de 300 possíveis ladrões de grana pública que precisam ser rigorosamente investigados pelos graves crimes que cometeram e que mantém a prerrogativa constitucional de formular leis. Inclusive para burlar a justiça, como estamos assistindo.
2) Empresários de destaque na vida nacional foram enfiados em cana por participarem do roubo de grana pública, muitos extorquidos por estes mesmos 300 bandidos que continuam soltos.
3) Decretos foram assinados para satisfazer os desejos comerciais destes empresários m conluio com o desejo de roubar dos mesmo parlamentares.
4) Grana pública roubada foi usada para eleição destes bandidos em claro confronto aos mais basilares preceitos da democracia por se tratar de fraude eleitoral
5) Empresas públicas foram levadas à bancarrota pela sanha criminosa destes bandidos.
E por último e, a meu modo de ver, o mais importante de todos:
6) INTEGRANTES DA JUSTIÇA SUPERIOR SE COMPORTANDO COMO ADVOGADOS DE BANDIDOS.
Augusto faz algumas perguntas na tentativa de que as respostas sejam convincentes para que ele mude de idéia. Eu as responderei no final. Mas deixo algumas.
Essa é a democracia que as pessoas de bem desejam para este país?
Estas quadrilhas que aí estão podem consertar os erros e crimes que eles mesmo cometeram?
Os bandidos que estão no parlamento irão votar alguma proposta que fortaleça as investigações?
A Suprema Corte vai manter as prisões em segunda instância?
O parlamento vai tirar de circulação os parlamentares que cometeram crimes?
Existe alguma chance de serem adotadas medidas de moralidade por este bando de imorais?
Augusto Nunes acredita que somente o povo, nas próximas eleições, pode colocar nossa democracia nos trilhos. Santo Deus.
Mais algumas perguntas para Augusto Nunes.
1) Você acredita que este povo brasileiro, que dedica quase 30% dos seus votos para LuLLa, mesmo depois de tudo o que ele fez, pode efetivamente consertar alguma coisa?
2) Você acredita que este povo, que dedica um número considerável de intenções de voto para a Dona Dilma, pode consertar alguma coisa?
3) Você acredita, realmente, que este povo, que mostra que uma parcela considerável de eleitores pensa e reeleger Renan 15 processos Calheiros, tenha capacidade de consertar nossa democracia?
4) Você acredita que um povo que troca votos por tijolo e dentaduras tem capacidade para consertar o que aí está?
Eu não, amigo.
E aposto com você o que você quiser:
EM 2018 TEREMOS A MAIOR ABSTENÇÃO, O MAIOR NÚMERO DE VOTOS BRANCOS E NULOS da história, por que este povinho vai, como de costume, dourar a bunda na praia deixando de exercer seu papel de protagonista da democracia.
E sabe qual será a consequência?
Aquele eleitor cabresto do petismo e da esquerda em geral, que obedece cegamente as ordens que vem de cima, irá em peso votar, aumentando as chances dos ladrões profissionais, arrancados do poder à força pelos ladrões atuais, em seu desejo de volta ao poder.
Não há, querido Augusto, luz confiável no fim deste túnel. O que há é um trem do terror em alta velocidade pronto para atropelar nossa instituições mantendo no poder uma cambada de ladrões.
Você pergunta em seu texto:
"...caso ocorra uma intervenção, quem será o interventor? Como será escolhido? Se a escolha já foi feita, por que não transformar o futuro interventor em candidato à Presidência da República?"
Ora meu caro, quem intervém tem o dir3eito de escolha e aposto: Quem for escolhido será melhor que Temer, que Eliseu Padilha, Moreira Franco ou LuLLa.
A forma da escolha não será tão importante por que qualquer que seja ela, recairá por um militar que será, sem sombras de dúvidas, alguém cuja integridade moral e ética será superior a de qualquer um que seja escolhido pelo voto popular.
Enfim, sua ultima pergunta:
A Constituição veda a participação de militares na política, Augusto. Você sabe disso.
Os constituintes de 1998, pelo menos algumas deles, sabiam muito bem o que fizeram no passado.
Lutei no passado pela volta da democracia para o meu país. Estávamos em um Regime Militar.
Hoje, mudei de ideia sobre a volta do militarismo.
Por que, como naquela época, quero a democracia de volta.
Naqueles idos dos passado éramos governados por militares que livraram esta nação da sanha comunista.
Hoje quero que os milicos nos livrem da sanha criminosa de ladrões poderosos que tomaram para si a cadeira presidencial e pretas togas superiores.
#QueroMeuBRASILdeVOLTA!!!!
Texto completo de Augusto Nunes - VEJA
Quem quer intervenção militar busca o futuro no passado
No fim do século, milhões de venezuelanos acharam que o homem providencial apareceria nos quartéis. Apareceu o coronel Hugo Chávez
Por Augusto Nunes
A menos de um ano da eleição presidencial de 2018, patrulhas formadas por guerreiros de redes sociais intensificaram o berreiro que reivindica uma “intervenção militar”. A mais recente ofensiva é ilustrada por imagens da Marcha da Família com Deus pela Liberdade, ocorrida em março de 1964. Há 53 anos, portanto. Isso mesmo: cinquenta e três.
O ex-ministro Pedro Malan, um dos parteiros do Plano Real, sustenta que, nestes trêfegos trópicos, até o passado é imprevisível. A explicação pode estar nesses estranhos surtos de nostalgia que movem os partidários da intervenção militar. Para eles, o que aconteceu não tem o direito de descansar nos livros de História porque não é passado. É um exemplo imortal, que deve ser resgatado quando o presente é nebuloso e com ele moldar o futuro do país.
Antes de formular algumas perguntas aos órfãos de tutores fardados, um aviso a quem enxerga no debate político um furioso Fla-Flu: estarão perdendo tempo os que revidarem com insultos, ofensas e ilações cretinas. Não leio lixo. Mas examinarei com atenção e prazer argumentos capazes de desfazer interrogações relevantes.
Por exemplo: caso ocorra uma intervenção, quem será o interventor? Como será escolhido? Se a escolha já foi feita, por que não transformar o futuro interventor em candidato à Presidência da República? Todos sairiam ganhando. O homem providencial teria quase um ano para expor seu programa de governo, revelar os responsáveis por setores particularmente relevantes e provar que saberá dar um jeito no Brasil. Por seu turno, o povo teria a oportunidade de participar nas urnas da sagração do salvador da Pátria.
Enquanto as respostas não vêm, prefiro a intervenção popular, que se consuma com a arma do voto. Todos os problemas podem ser resolvidos com os instrumentos oferecidos pela democracia. E só marmanjos à procura de babás ignoram que simplesmente clamar por intervenções militares é perigoso.
No fim do século, por exemplo, milhões de venezuelanos rezaram pela aparição nos quartéis de alguém que os conduzisse no caminho do futuro. Apareceu o coronel Hugo Chávez.