Suprema Vergonha.

Quando assisto cenas como esta ocorrida numa sessão do plenário de nossa mais alta corte, eu sinto vergonha de ser brasileiro.
Sinto arrependimento de ter voltado para este país após passar mais de 6 anos fora desta nação.

A vergonha vai passar ou quando eu morrer, o que está mais perto já que cheguei aos 65 anos de idade, ou, se viver até lá, ver meu país se portando como uma nação digna, com um povo que saiba gerir melhor seus destino não votando em canalhas, não trocando seus voto por babilaques como os peladões que receberam Cabral.

A gente tem vontade de não ser brasileiro. A gente tem vontade de desistir e apertar o botão de foda-se, afinal, aposentado sem ter mais o que me preocupar, deixamos, todo(a)s de mesmo idade, de ter alguma responsabilidade com este país.
Esta atribuição não é mais nossa. É de você, jovens.

O país que aí está não fomos nós que construímos, ou que pensávamos construir, ao lutar pela volta da liberdade de votar e escolher quem presidiria os destinos deste país.

Já estive em outros lugares do mundo e cada vez que voltava mais me apaixonava pelos versos de Gonçalves Dias que expõe de forma lírica aborda o exílio.

Minha terra tem palmeiras / Onde canta o Sabiá / As aves, que aqui gorjeiam / Não gorjeiam como lá /
Nosso céu tem mais estrelas / Nossas várzeas têm mais flores / Nossos bosques têm mais vida /
Nossa vida mais amores / Em cismar, sozinho, à noite / Mais prazer eu encontro lá /
Minha terra tem palmeiras / Onde canta o Sabiá.

Lirismo gostoso diante de uma realidade que choca.

Voltar para um país dirigido por um ladrão? Chefe de quadrilha?
Ver uma Suprema Corte de JUSTIÇA querendo sacanear a própria justiça para livrar um canalha condenado, cujo processo obedeceu rigorosamente todos os dispositivos legais e com amplo direito de defesa.

Dá vontade de se exilar.

Mas aí, fala mais alto o coração teimoso de brasileiro.
NÃO DESISTO NUNCA.

Mesmo que vergonha de ver meu país assim deixe apertado o meu coração e o de muitos outros brasileiros.
Mesmo com Gilmares, Temeres e outros calhordas que nos dão sérios motivos de vergonha.
Mesmo que tudo pareça com as portas do inferno.

Vamos tocando o barco e lutando, mais uma vez, para mudar.



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