E viva a juventude transviada.

Durante o Regime Militar os jovens de então ocuparam as ruas reclamando o direito de votar, de ter de volta a democracia após 20 anos de Regime.
Hoje, graças àquela juventude transviada, temos democracia e o povo de agora caga e anda para o voto e para a manutenção da democracia que custou a vida de alguns e a liberdade de muitos.

Naqueles tempos dito sombrios não tínhamos a evolução tecnológica dos dias atuais. Não tínhamos nem mesmo um miserável celular que hoje nos conecta a todos e com todo mundo no instante em que se pressiona um ícone da telinha 4k.
A comunicação precária, quase disseminada por batidas de tambor e sinais de fumaça não nos impediu de colocarmos mais de 100 mil pessoas - NÚMERO SURPREENDENTE PARA AQUELES DIAS - que clamavam por liberdade.

Vencemos, os pacíficos, o Regime Militar com a força de manifestações ordeiras, silenciosas e alegres, ao contrário daqueles que defendiam o caos, que sequestravam, que explodiam bombas assassinas em aeroportos, que assaltavam bancos ou que roubavam armas do exército para alimentarem seus atos de terror.

As esplêndidas manifestações de 2013 alimentaram neste velhote aqui, testemunha ocular e participativa daqueles tempos, uma dose excessiva de saudosismo ao me lembrar do histórico Comício da Candelária e da esplendorosa passeata dos 100 mil arquitetada por estudantes da falecida UNE e plenamente apoiada por importantes classes da vida nacional.

Se compararmos a gravidade dos momentos, o atual e aquele vivido durante o regime, analisando-se o quesito DEMOCRACIA, o de hoje é, sem qualquer dúvida, muito mais grave.
Naquele, nossa democracia não estava tão ameaçada como agora.
Quem viveu como eu aqueça época sabe que tínhamos sim, uma dose considerável de democracia, embora fosse ela tutelada pelo Regime Militar. Porém, não tínhamos a sem vergonhice, a putaria, a roubalheira e o assalto aos cofres públicos que vemos hoje. Não tínhamos a quase falência de Instituições como temos agora e nem tínhamos um governo ilhado por ladrões com poder.

Hoje era uma excelente oportunidade de se marcar território. De fazer xixi no poste para dizer daqui em diante é meu, de mais ninguém.
Foi um fiasco.

A bandidagem está em festa.
Jornalista vagabundos, embora digam que não, estão dando pulos de alegria no carpete de seus apês de luxo.
Setores comprometidos da justiça devem estar balançando ao vento as suas togas comemorando o fiasco.
Os senhores da ladroagem e do poder devem estar enormes dentro de si de tanta alegria.

Numa análise eles tem razão: Face e Twitter não tem o gosto, o cheiro e o calor do asfalto que, quando lotado, bafeja no cangote dos filhos da puta da nação. Não tem o simbolismo de uma avenida ou praça pública entupida de gente com cores verde e amarela gritando palavras de ordem nos ouvidos desta gentalha. Não tem a primazia do susto, de levantar o medo, de fazer com que estes cretinos coloquem o rabo sujo entre as pernas. E a razão é simples.

Milhões de brasileiros podem dizer EU VOU numa rede social.
Mas só a rua pode dizer para estes ladrões, em claro e bom som:
Estou ocupando as ruas hoje, amanhã vou ocupar o Congresso Nacional. Vou parar o Supremo. Vou parar a Capital do poder. Vou azucrinar o teu juízo em aeroportos, restaurantes de luxo e onde quer que esteja um dos ladrões da pátria.

Apenas 100 mil brasileiros venceram o Regime Militar e trouxeram de volta a democracia.
Hoje são necessários milhões de brasileiros nas ruas só para não permitir que a democracia que minha geração conquistou a duras penas não escoe pelos ralos sujos da bandidagem nacional.

PENSEM NISSO, meninos!

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