Cadáveres que assombram.

Opinião, Eduardo Cunha, Dilma, Comissão do Impeachment, Senado, Câmara
Enquanto os cadáveres de Dudu Cunha e da GovernAnta estiverem perambulando pelas avenidas do poder como almas penadas à procura de extrema unção, toda e qualquer agenda positiva que venha a proporcionar alguma melhoria das condições atuais perderá seu valor "contaminante" para os brasileiros e o restante da platéia que podem contribuir decisivamente para que comecemos a por os entupidos narizes para fora d'água, será eivada de fracasso.

Se Cunha visita Temer, lá vem uma chuva de críticas que acabam contaminando os humores de um congresso, já tão imensamente contaminado por suas próprias mazelas, que perdeu a capacidade de resolver um problema chamado Cunha que é seu. Exclusivamente seu.
Se quiser resolver, de verdade, não serão "tramóias" na calada da noite que irão impedir.

A Câmara dos Deputados está parada a duas semanas. Nada se faz, nada se vota e Maranhão, uma sátira perfeita de uma outra sátira chamada Severino Cavalcante, vai ficando. Atrapalhando qualquer coisa que lá se tente fazer.

Se Renan marca encontro pessoal com a GovernAnta, os fofoqueiros de plantão já levantam a possibilidade quase real de que Renan ainda continua jogando dos dois lados, como se ainda reservasse fichas de suas apostas na muito remota possibilidade de que este fantasma da vida política nacional possa se levantar do caixão em que se encontra, como num mal contado caso de catalepsia política, voltando a ferrar com as contas públicas e o destino geral da nação.

Os dois casos já deveriam ter sido resolvidos. Estes dois fantasmas da vida política brasileira já deviam ter tido suas missas de 30º dia celebradas com o choro de muitos e alegrias de outros tantos.
Por causa destes dois fantasmas, governo e Congresso se vêm amarrados numa trama sórdida que acaba por manter estagnada a situação caótica em que se encontra o Brasil.

Do outro lado desta fronteira de zumbis está uma nação mergulhada no caos. A fila dos desempregados aumenta. A inflação renitente tira dinheiro e comida das mesas dos mais pobres. Nenhum investidor sério se arrisca em momentos assim. Empresas continuam fechando suas portas. O comércio em geral vai amargando quedas cada vez mais expressivas de suas vendas e o Brasil, no todo, vai ficando paralisado da mesma forma como se encontra o Congresso Nacional e o novo e constitucional governo.

No bojo de toda essa paralisia proliferam os aproveitadores da política para, na Câmara, de um lado chantagear o novo governo em busca de sinecuras e de outro se submeter à cena ridícula ao demonstrar sua submissão à um cadaver chamado Cunha e no Senado prorrogar a agonia exposta pela Comissão do Impeachment, retroalimentando a estagnação de uma situação que, se quisessem, já não existiria mais.

Ambas as Instituições, por fim, são as maiores culpadas pela existência ainda destes seres abjetos e culpada também pela demora em se adotar medidas propostas pelo novo governo que poderiam ter começado a beneficiar aqueles que pagam a conta e que assistem, perplexos, a todo o esgoto de sujeiras e roubos, saídos das entranhas das Operações Federais, comprovando, de forma cabal, que seu prato vazio, que seu nome no SPC, que seus desempregados, que a falta de saúde minimamente aceitável, que sua falta de segurança, que a falta de professores e aulas acontecem por que bandidos roubaram sua suada grana para ostentar a riqueza de um casamento da filha de um figurão do poder.

Compartilhe

Author:

Post anterior
Próximo