Uma excrecência criada, sob o manto da proteção dos beneficiários, para evitar de ações políticas ou querelas cuja intenção seja a vingança, mas que se transformou, com a plena ajuda da Suprema Corte, que é quem cabe julgar pendengas com seus beneficiários, numa corte de julgamentos useira e vezeira em conceder atestados de inocência para declarados e provados bandidos da política, dada a sua lentidão criminosa ao julgar suas excelências.
Não são poucos os exemplos que podem ser citados.
A busca e apreensão no apartamento funcional de uma senadora, dadas as reclamações em curso, pode acrescentar ao foro privilegiado mais uma absurda característica.
Ora um imóvel funcional não pertence nem ao ocupante nem ao poder que ele representa e nem pode ser usado como abrigo seguro para bandidos. O imóvel pertence à União, é do Brasil e, portanto, de todos os brasileiros. Qualificar este imóvel como indevasável é um absurdo.
Imaginemos uma situação hipotética, mas perfeitamente plausível em tempos de Olimpíada e no momento em que slitários homens assassinos explodem bombas assassinas tirando a vida de um número considerável de inocentes.
Suponhamos que um destes canalhas se abrigue em uma destes apartamentos funcionais, oferecido por algum representante do Foro Privilegiado e que seja do conhecimento das autoridades que ele esteja disposto a explodir, por exemplo, uma bomba em plena disputa de uma partida de futebol que tenha presença de público considerável. A Polícia não pode entrar por que o local pertence à, por exemplo, senador? Vai ter que esperar autorização da Suprema Taba? Vai se contentar em catar pedaços de corpos pela calçada? Não tem cabimento.
A AJUFE, Associação dos Juízes Federais soltou nota de apoio à decisão do Juiz Bueno. E faz bem.
Tomara que, a partir deste episódio, se discuta seriamente o fim desta casta de privilegiados, sempre agraciadas com a leniência e a desidia costumeira de nossa Suprema Corte.